Essa é pra 301 2008

Bom, como eu já havia postadoa aqui no blogg este postal será o texto escrito por mim para a oradora de minha turma.

Tudo começou de uma maneira conturbada, com pessoas insatisfeitas e um futuro incerto. Não sabíamos o que estava por vir, por qual caminho deveríamos seguir. O tempo foi passando e aquele grupo de estudantes passou a tomar forma de turma, o relacionamento e as afinidades foram crescendo, as amizades foram se concretizando. As coisas foram acontecendo naturalmente, a cada dia uma amizade conquistada, até chegarmos aqui, perto do fim.
Agora, relembrando de tudo o que aconteceu nesse passado tão presente e ainda tão recente, é como se um filme passasse em nossas cabeças, revirando nossas memórias instigando nossas saudades e os nossos sentimentos. É uma mistura de sonhos, passado e presente, o ontem e o hoje, tudo em um único sentimento ainda sem um nome.
Nossas conversas, importantes ou besteiras de adolescentes, ficaram perdidas no tempo, soterradas nas memórias do Couto, a partir de agora será cada um por si, seguindo seu caminho. Mas é impossível negar a presença de cada colega em nossas vidas. Aquilo que aprendemos um com os outros e o que descobrimos juntos nos acompanharam para sempre, mesmo que um dia não nos lembremos mais de suas origens tais aprendizados continuaram marcados em nossos corações.
A cada passo dado, a cada sonho construído e cada derrota tínhamos uns aos outros, agora, é provável que não mais tenhamos conselhos e companhias tão importantes, amizades tão sinceras e verdadeiras, perderemos o convívio direto, as manhãs de risos e brincadeiras. Quem sabe ainda continuaremos a ver aviõezinhos voando? Se vermos com certeza serão inevitáveis as lembranças, e iremos rir com lágrimas nos olhos.
A medida que o tempo for passando novas pessoas irão preencher os espaços que ficaram vazios nesse final de ano. Nossa memória dará lugar para outras lembranças, as fotos ficaram esquecidas em uma pasta do computador, aquela que só ocupa espaço... Ainda sim a amizade continuará, a distancia irá nos afastar uns dos outros, não pelo destino ou por conspiração da vida, mas pelas nossas próprias escolhas, serão nossas decisões as principais responsáveis pela nossa separação, e apesar da dor, da saudade todos continuaremos juntos, não no futuro, mas no passado, deixamos histórias, verdades e lendas. Estaremos sempre juntos, presos em nosso passado, mesmo que isto não seje visto no futuro.
Os calendários serão substituídos, as mudanças em nossas vidas irão se tornar mais acentuadas, os compromissos, a necessidade de darmos um rumo para a nossa vida ocupará o nosso tempo. Então virão os filhos, que vão crescer enquanto nós apenas envelheceremos, eles, nossos filhos, passaram pela mesma situação que estamos vivendo este ano, e toda vez que eles comentarem algo sobre este assunto nos lembraremos de nosso passado, em algum lugar estaremos juntos, jovens, alegres, em algum lugar do passado ainda estaremos festejando.
As lembranças voltaram agora tão distantes, tão longe de nossa realidade que não lembraremos mais dos rostos, apenas fantasmas, imagens borradas, vozes distantes, risadas, trechos de conversas e a certeza de que nosso tempo ficou para traz, de que nos perderemos uns dos outros.
Hoje ainda estamos juntos, é impossível prever o futuro, mas sabemos que não nos veremos como esta freqüência, sabemos que nosso destino reserva surpresas, que um mundo novo virá, onde tudo será novidade, onde novos amigos aparecerão, onde novas histórias serão escritas. É inevitável fugir das despedidas, fingir que nada vai mudar, há sempre um momento de partir, um momento de saber dizer adeus e aceitar nosso destino, encarar a realidade. Nunca estaremos separados, pois sempre haverá um passado, o nosso passado, nosso ponto de encontro.
E quando não houver mais futuro nos encontraremos em uma nova realidade!


Luan Freitas Lopes

Beijão Pessoal